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Coordenação S-SE Destaque Observatório Caleidoscópio

Seminário realizado por meio do Projeto Gênero e Ciência, liderado pela Profa. Dra. Marinete Z. Rodrigues, tem participação da Profa. Dra. Mirlene Simões, INCT Caleidoscópio – Pagu Unicamp

Como parte do Projeto: Gênero e Ciência: a participação das mulheres na carreira científica no Mato Grosso do Sul e do ciclo de debates A participação das Mulheres na Ciência, ambos financiados pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso do Sul (Fundect), foi realizado o Seminário: “Gênero e Ciência: a participação das mulheres na ciência no Mato Grosso do Sul”, em novembro de 2024, na UEMS, em Dourados. O projeto é coordenado pela Profa. Dra. Marinete Zacharias Rodrigues, docente da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul – UEMS, unidade Campo Grande.

O seminário teve como proposta apresentar resultados parciais da pesquisa Gênero e Ciência, e também compor diálogos entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul acerca da institucionalização das mulheres nas carreiras acadêmicas. Assim como explica a Profa. Dra. Marinete Rodrigues, “este projeto tem como finalidade mapear quais são e quantas são as mulheres em carreiras acadêmicas (ciência, pesquisa e docência), no estado do Mato Grosso do Sul, a metodologia da pesquisa é quantitativa e qualitativa e envolve um grupo de pesquisadoras de diferentes locais do MS e de várias unidades da UEMS”. 

A Profa. Marinete apresentou alguns dados da pesquisa quantitativa, cujo método foi a busca ativa na plataforma lattes, complementada pelas análises qualitativas dos dados, assim como explica: “selecionamos para desenvolver a pesquisa quatro universidades presentes no estado de Mato Grosso do Sul, sendo,  UEMS, UFMS, UFGD e UCDB.  Priorizou-se  a coleta de dados das áreas de ciências humanas, saúde, exatas e da terra, linguística e letras, artes, engenharia, biológicas, agrárias e ciências sociais aplicadas, num total de 171 cursos. Foram coletados na plataforma CNPq, dados de 2.492 currículos”.

Marinete Rodrigues durante sua fala
Profa. Marinete Rodrigues (UEMS) – Líder da pesquisa Gênero e Ciência

Os primeiros resultados apresentados no Seminário, revelam que áreas consideradas historicamente masculinas estão se transformando com a presença de mulheres atuando como pesquisadoras e docentes. É o caso da área da Ciência Agrária. As evidências mostram que de um total de 42 pesquisadores atuantes, 19 são mulheres e 23 homens. As pesquisadoras publicaram 62 artigos científicos e desenvolveram 26 pesquisas, no período de 2018 a 2023; enquanto os pesquisadores publicaram 90 artigos científicos e desenvolveram 34 pesquisas. Assim,  temos 4,42 artigos publicados por pesquisadora, e 5,0 por pesquisador; 1,85 pesquisas desenvolvidas por mulheres e 1,88 por homens. Abaixo são apresentados as tabelas destes dados, entre os anos de 2018-2023.

Tabela apresentando dados de formação
Tabela 1: resultados parciais. Pesquisa Gênero e Ciência no MS. Grande área: Ciências Agrárias entre 2018-2023
Tabela mostrando dados de produção acadêmica
Tabela 2: resultados parciais. Pesquisa Gênero e Ciência no MS. Grande área: Ciências Agrárias entre 2018-2023

De acordo com os dados apurados até o momento apresentados no Seminário, adentrar a área das ciências agrárias demandou muito empenho e esforço das mulheres, seja nas academias ou nas pesquisas, o fato é que  as diferenças não apenas revelam a inserção das mulheres na área, mas que é preciso criar políticas públicas de incentivo  às pesquisas lideradas e desenvolvidas por mulheres. 

Compondo o seminário, participaram também as pesquisadoras indígenas, com apresentação de suas pesquisas, muitas relacionadas com os saberes indígenas da comunidade Kaiowa Guarani, a Mestranda em Antropologia Lucia Pereira e a Mestranda em Educação Especial Aparecida Benites, que relataram seus desafios para ocupar espaços acadêmicos e de pesquisa. Como reforçaram, este é um processo inicial, e que outras políticas públicas de continuidade e permanência das jovens indígenas à universidade e à pesquisa é fundamental. 

Como membro da equipe de pesquisa e apresentando suas iniciativas nos estudos relacionados à mulheres indígenas na ciência, a Profa. Dra. Célia Foster deu seu testemunho acerca das possibilidades de construção de um saber científico que respeite o saber tradicional indígena, buscando soluções conjuntas à crise climática. A Profa. Célia Foster é pesquisadora no campi da UEMS de Amambai. 

Gráfico de número de doutores

A Profa. Dra. Mirlene Simões, do INCT Caleidoscópio – Pagu Unicamp, participou do seminário com a intenção de construir diálogos entre estes resultados apresentados no estado do Mato Grosso do Sul e no estado de São Paulo, para assim pensar conjuntamente possíveis indicadores de políticas públicas para mais mulheres na ciência. Sua apresentação intitulada “Mulheres na Ciência: trajetórias possíveis em uma sociedade desigual”, apresentou alguns dos dados elaborados em pesquisa recente pelo INCT Caleidoscópio – Pagu Unicamp, em que buscou a trajetória e fixação de doutoras recém formadas no Brasil, em diferentes áreas do conhecimento. 

Mirlene Simões durante sua fala
Profa. Mirlene Simões – INCT Caleidoscópio e PAGU Unicamp

Assim como é apresentado no gráfico abaixo, o número de doutores no Brasil (por 100 mil/hab.) ainda está bem abaixo da média dentre outros países no mundo. O Brasil está em média com 10 doutores para cada 100mil/habitantes, enquanto Noruega, por exemplo, está acima de 30 doutores para cada 100mil/hab. 

A Profa. Mirlene ainda demonstrou que a proporção de cursos de pós-graduação pelo Brasil vem aumentando significativamente na última década, mas ainda aquém das médias internacionais de doutores por habitante, o que reflete diretamente na igualdade de gênero no doutorado, assim como destacou: “A participação feminina na ciência diminui conforme a carreira avança. As diferenças salariais, por exemplo, entre homens e mulheres, com mestrado e doutorado, que estão trabalhando na indústria ou no mercado de trabalho no geral, chegam a 29%. Isso desestimula a formação e o empenho que um doutorado e pós-doutorado exige.”

Outras etapas do seminário Gênero e Ciência acontecerão em 2025, contando com a apresentação dos dados e continuação dos debates acerca da participação e fixação de mulheres nas carreiras acadêmicas e de pesquisa.

Serviço:

Projeto: Gênero e Ciência: a participação das mulheres na carreira científica em Mato Grosso do Sul. Edital 10/2022. Fundect. 

Coordenação: Profa. Dra. Marinete Zacharias Rodrigues

Projeto: Ciclo de Debates: a participação das mulheres na ciência em Mato Grosso do Sul. Edital 22/2023 PAE/MS

contato: marizak@uems.br  ou  mazrodrigues@gmail.com

O seminário em 2024 aconteceu no auditório do campi Dourados da UEMS

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