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Foto. Mulheres brindando
Comitê Gestor do INCT Caleidoscópio celebra inauguração da sede, na Universidade de Brasília. Foto: Arquivo Pessoal

Este é o segundo boletim do INCT Caleidoscópio e vem carregado de reflexões e novidades.

A primeira delas é a realização do I Seminário Internacional do INCT Caleidoscópio, que ocorreu na Universidade de Brasília. O Seminário aconteceu entre os dias 29 a 31 de outubro, contando com apoio da CAPES, do CNPq e da Universidade de Brasília. Recebemos cerca de 200 pesquisadoras/es de distintas áreas do conhecimento e de todas as regiões do país, convidadas de 12 diferentes universidades do Brasil e do exterior, além de representantes dos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCTI), das Mulheres e de movimentos sociais. Durante esses três dias, debatemos os desafios que enfrentamos para a equidade em ciências e as formas como realizamos esse enfrentamento.

O tema do Seminário foi “INCT Caleidoscópio articulando redes”, já que nosso objetivo, agora que estão implementadas as incubadoras (Norte-Nordeste a todo vapor; Sul-Sudeste e Centro-Oeste dando os primeiros passos) e coordenações do Observatório Caleidoscópio (capitaneadas pela experiência acumulada pela nucleação Sul-Sudeste), é centrar esforços na ampliação das nucleações regionais, chamando mais parceiras para somar conosco.

Foto. Mulheres numa área externa posando para foto
Participantes durante I Seminário Internacional do INCT Caleidoscópio. Foto: Arquivo Pessoal

No primeiro ano do INCT, conseguimos consolidar o Observatório, testar pilotos de Incubadora e de iniciativas em extensão e comunicação. Como mostramos na primeira edição deste Boletim, a nucleação Sul Sudeste foi a primeira a implementar uma coordenação do Observatório e já entregou realizações; a nucleação Norte Nordeste foi a primeira a implantar uma Incubadora, com a missão de desenvolver tecnologias sociais para prevenção das violências interseccionais nas universidades; a nucleação Centro-Oeste foi a primeira a realizar ações do Caleidoscópio Enredado nas Escolas, com propósito de discutir políticas de acesso e permanência com a educação básica, já linha de comunicação científica do INCT trabalha focada na sensibilização para a importância da inserção e atuação de mulheres nas ciências.

Neste segundo ano, os pilotos serviram de inspiração para a ampliação, criando-se as demais coordenações regionais do Observatório e completando a estrutura de incubadoras sociais atuantes em formação, pesquisa e extensão. E inauguramos a sede do INCT Caleidoscópio na UnB, um espaço adequado para o trabalho da formação, da pesquisa e da extensão feministas, mas também preparado para o cuidado e o acolhimento de que tanto precisamos para manter nossa energia para a ciência e para nossas lutas! Já estamos perto de encerrar o segundo ano de atividades do INCT Caleidoscópio, e sabemos que fizemos muito até aqui.

Dentre as atividades importantes ocorridas no primeiro semestre de 2024, está, sem dúvida, o decisivo envolvimento do INCT Caleidoscópio nos debates da 5a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5a CNCTI), atuando em várias frentes. Primeiramente, organizamos uma Conferência Temática, transmitida ao vivo para todo o Brasil, na intenção de apresentar as várias áreas de atividade do INCT e de discutir, com gestoras e pesquisadoras, as questões que ainda marcam as iniquidades e desigualdades de gênero e étnico-raciais no fazer científico do país. Na sequência, ocorreram duas prévias nas quais o INCT Caleidoscópio esteve presente. Na primeira estivemos representadas pelas pesquisadoras Joana Maria Pedro (UFSC) e Morgani Guzzo (UFSC),  que participaram da Conferência “Livre Mulheres e Meninas nas Ciências”, realizada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e organizada pela Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) regional de Santa Catarina. Outra importante participação foi na atividade convocada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), também preparatória para a 5ª CNCTI realizada  no Rio de Janeiro e sediada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ),  entre os dias 14 e 15 de março de 2024. Com o eixo temático “Mais Meninas e Mulheres nas Ciências: por uma agenda de equidade e interseccionalidade”, a agenda  contou com a presença da professora Dolores Galindo (UFCG) na abertura do evento, enquanto a professora Silvia Lúcia Ferreira (UFBA) coordenou a mesa intitulada “Gênero e Financiamento à Pesquisa & Inovação no Brasil: contribuições a uma agenda de equidade e interseccionalidade”. A pós-doutoranda do INCT Caleidoscópio, Zizele Ferreira (UFCG) coordenou a mesa  “Baixa representação das mulheres em espaços de poder”, com a Mestra quilombola Naryanne Ramos atuando como relatora na Plenária final.

Esta edição do  Boletim inclui um balanço geral a respeito da Conferência do Rio de Janeiro e da organização e impactos  da 5a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Informação em  relação ao debate sobre Mulheres e Ciências de autoria de Mirlene Simões, pós-doutoranda do INCT Caleidoscópio que esteve presente durante todo o evento como integrante de sua relatoria.

Os demais artigos que compõem este Boletim também tratam de temas fundamentais para pensarmos a relação entre condições mínimas de salubridade e dignidade e os desafios da educação. Problematizam temas como as graves desigualdades sociais que, em conjunto com a negligência dos Estados e seus respectivos gestores políticos, desequilibram o acesso ao ensino público e gratuito.

Dados sobre pobreza-menstrual e como meninas e jovens são afetadas em suas formações escolares levaram ao desenvolvimento do  projeto MEInstruAção. As autoras Gomes, Carvalho e Mattos nos apresentaram o projeto e seus desdobramentos.  

Outro artigo no boletim trata do seminário “Gênero, Raça e Desigualdades: Agendas para o Internacional”, organizado pelo Núcleo de Pesquisa em Gênero, Raça e Diferença na Política Internacional (NUGRAD), que ocorreu em junho de 2024 em Brasília. De acordo com Maso, Prado, Selis e Santiago,  “O seminário, está disponível  na íntegra no canal do Youtube no INCT Caleidoscópio, e foi uma plataforma para discutir como as desigualdades de gênero e raça se manifestam no Brasil contemporâneo e são enfrentadas tanto em contextos nacionais quanto internacionais”.

A historiadora Daiane Rossi nos trouxe notas de sua pesquisa sobre a comunidade científica brasileira de meados da década de 1950, analisando o contexto de criação da CAPES, sua missão desenvolvimentista e o desafio de institucionalização da pesquisa no país. Sua reflexão crítica parte de questionamentos sobre a composição de gênero da comunidade científica, investigando a participação de mulheres nas instituições de pesquisa e as condições que  influenciam sua inserção no campo científico.

Temos ainda nesta edição, notas do Observatório Caleidoscópio – Coordenação Sul-Sudeste e da Incubadora Social Norte-Nordeste e Amazônia Legal sobre suas atividades no período. A seção dicas de leitura também está recheada de novidades.

Venham conferir nossa edição completa e deixem seus comentários, críticas e sugestões.

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