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Ricardo da Silva Oliveira

Ao longo dos dois últimos anos, o Observatório Caleidoscópio – através da Nucleação Piloto Sul/Sudeste- tem se consolidado como um espaço dinâmico de produção e difusão de conhecimento comprometido com a equidade racial, de gênero e diversidade na ciência e no ensino superior. Articulando pesquisa, extensão e comunicação científica, nossas ações vêm se fortalecendo por meio do trabalho coletivo entre pesquisadoras, estudantes e colaboradoras/es de diferentes instituições e regiões do país. Os vínculos inter-institucionais têm sido fundamentais para a construção de diagnósticos mais amplos e plurais sobre as desigualdades e violências que atravessam o meio acadêmico. Esta trajetória de colaboração se expressa em seminários conjuntos, trocas metodológicas, análises de indicadores, estudos de trajetórias acadêmicas, produções audiovisuais, além do desenvolvimento de plataformas e ferramentas de consulta pública. Nesta edição do Boletim do INCT Caleidoscópio, apresentamos um panorama das atividades desenvolvidas entre outubro de 2024 e maio de 2025, que refletem não apenas o amadurecimento institucional do Observatório, mas também seu compromisso contínuo com a transformação social por meio de uma ciência feminista, antirracista e interseccional.

Neste período, as pesquisas voltadas à análise de indicadores e trajetórias de mulheres nas ciências, com perspectiva de gênero e interseccionalidades, centraram-se nas grandes áreas das Ciências Biológicas e da Saúde. As principais fontes utilizadas foram os diferentes Painéis interativos lançados pelo CNPq e demais plataformas abertas de dados, além de pesquisa arquivística para o caso de trajetórias históricas individuais.

Um dos levantamentos discorreu sobre a obtenção de bolsas Produtividade/CNPq em 2023 em contrapartida com o contingente detentor do título de Doutorado entre 2015 e 2020, ou seja, apto a obter a bolsa. Foi traçado o quadro estatístico e demográfico para o caso feminino e masculino, estabelecendo comparações. Outro estudo realizado foi a análise de trajetória da cientista Monika Barth (atuação de 1959 a 2022), traçando também sua genealogia intelectual, com base em suas relações de orientação captadas por meio da Plataforma Acácia. Esse estudo integra uma análise mais ampla publicada em Sousa, Lopes e Bessa (2024), que reflete sobre o impacto de trajetórias de mulheres cientistas do passado sobre a formação de novos recursos humanos no presente.

Fonte: https://observatoriocaleidoscopio.unicamp.br/trajetorias/

Com base nas pesquisas realizadas, foram elaborados pequenos materiais informativos, disponibilizados no site do Observatório e adaptados pela equipe de comunicação para o Instagram, sob a forma do quadro Caleidoscópio Observa. Ambas as iniciativas (publicação no site e na rede social) estão abertas à contribuição de pesquisadoras parceiras que queiram divulgar seus trabalhos. Foi realizada também uma pesquisa de campo sobre a bióloga Luiza Krau no acervo da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz para a elaboração de novo material informativo relativo a trajetórias de mulheres cientistas. No campo dos indicadores, contamos recentemente com uma bolsista de graduação da Unicamp, Ana Caroline dos Santos Ferreira, que está investigando a inserção acadêmica de mulheres na área da química.

Fonte: https://observatoriocaleidoscopio.unicamp.br/indicadores/

A página do Observatório Caleidoscópio reúne diversas Plataformas Abertas disponíveis para pesquisa, e está em constante atualização (disponível em: https://observatoriocaleidoscopio.unicamp.br/plataformas-abertas/). Ainda como subsídio para a pesquisa, a equipe interna do Observatório recebeu um treinamento preliminar para o uso do software AIP, desenvolvido por Rebeca Feltrin. A ferramenta permite identificar o perfil interseccional de uma coletividade de indivíduos cujos dados podem ser extraídos de diferentes bases de dados, e estará hospedado em nossa página em breve. O sítio disponibiliza também um Repositório bibliográfico de estudos feministas, de gênero e de mulheres, que está sendo revisto e ampliado com base em um projeto de pesquisa (em elaboração) visando ao aprofundamento do levantamento e sua organização temática (bibliografia inicial disponível em: https://observatoriocaleidoscopio.unicamp.br/bibliografia-geral/). Para essa tarefa, contamos com uma bolsista de graduação da Unicamp (Isabella Souza Camargo) e uma segunda aluna que aguarda aprovação no sistema Pibic/CNPq, sob orientação da profa. Maria Margaret Lopes e coorientação de Lia Gomes P. Sousa.

Em outubro de 2024 encerramos as atividades com as bolsistas do Ensino Médio – iniciadas no ano anterior com o projeto “Equidade e Diversidade Racial, de Gênero e Sexualidade na Produção do Conhecimento Científico e Artístico” (Pibic-EM 302/23), sob orientação de Karla Bessa – quando produzimos o documentário CientistAS, com base nas reflexões e entrevistas conduzidas pelas alunas com suas professoras de escola. O documentário será disponibilizado na plataforma Youtube do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu/Unicamp e do INCT Caleidoscópio. Além dessa experiência de criação audiovisual e produção de conhecimento, elas apresentaram pôster no XXXII Congresso de Iniciação Científica da Unicamp, vivenciando a participação e exposição de trabalho em evento científico.

Lia Sousa e estudantes de Iniciação Científica do ensino em Congresso da Unicamp. Foto: Arquivo Observatório Caleidoscópio
Nucleação Sul-Sudeste.

O 1° Seminário de Pesquisa do Observatório Sul Sudeste do INCT Caleidoscópio, iniciado em abril de 2024, teve continuidade no 2º semestre do mesmo ano e também em 2025, em sua segunda edição. Estes seminários configuram, ao mesmo tempo, uma atividade de extensão conjunta entre as Universidades Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e uma importante forma de debate de pesquisas que estão em andamento na nucleação Sul/Sudeste do Observatório Caleidoscópio, com convidadas que estejam desenvolvendo pesquisas em temáticas similares. A dinâmica dos encontros consiste em debates de pesquisas sobre o eixo temático 1- Assédios e outras violências de gênero nas IES brasileiras e quais os equipamentos e mecanismos institucionais existentes para enfrentamento das denúncias e políticas de prevenção; e eixo temático 2- Levantamento e análises de dados e Indicadores de equidade, diversidade e inclusão interseccional de mulheres nas ciências. Abaixo, segue um breve resumo das apresentações, que estão disponíveis na íntegra no nosso YouTube. Maiores informações sobre as apresentações também podem ser acessadas em nosso site.

Seminários – 2° semestre / 2024

22/08 – Mulheres na ciência do solo no Brasil: um recorte histórico acadêmico e profissional por Beatriz Wardzinski Barbosa (UFSM) e Normas de Gênero e Política Institucional em Universidades por Grazielly Alessandra Baggenstoss (UFSC)

Em sua pesquisa, Beatriz Barbosa analisou as publicações sobre estudos de gênero dentro das Ciências Agrárias, a fim de compreender a diversidade demográfica nesta área. “O único estudo que abordou sobre etnia e raça mostra que a ciência do solo é uma das piores em questão de diversidade e fica muito atrás de outras disciplinas das Ciências Naturais e da Terra”, comentou. Com sua tese, a pesquisadora identificou que 66% dos estudos com enfoque em gênero foram publicados em um período de 10 anos, entre 2012 e 2022, sendo que metade dessas publicações são de 2016 em diante, mostrando que as discussões de gênero são bem recentes. Grazielly Alessandra Baggenstoss debateu o tema Processos de subjetivação de mulheres no curso de Direito. Com base em entrevistas realizadas com estudantes e professoras de um curso de Direito e com pessoas ligadas à administração de uma universidade da região sul do Brasil, Grazielly buscou analisar, numa relação entre micropolítica e macropolítica, as relações de poder e as normas de gênero construídas neste espaço institucional.

“As relações que foram analisadas foram relações de poder-saber, com uma base foucaultiana, dentro de um determinado território que justifica a existência dessas relações, em que eu também analisei o discurso jurídico e, uma questão muito importante, que é o ocultamento do sujeito que enuncia alguma vontade, que enuncia alguma direção. No Direito, alunos e alunas são configurados e sua subjetividade toda vai se constituir para que aprendam a falar em nome da autoridade. Então, nesse sentido, muitas vezes, a questão de quem esse sujeito é, individualmente colocado, vai se alijar a favor de um sujeito universal, que é o sujeito que a norma vai defender”, relatou.

A pesquisadora e professora de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina analisou os processos de subjetivação de estudantes e professoras e as políticas institucionais implementadas pelas universidades para enfrentar situações de discriminação e violências diversas no âmbito institucional.

25/09Mulheres nas Ciências do Mar: Estudo de caso sobre o campo e sobre os programas de pós-graduação no Brasil por Adriana Lippi (Unifesp) e Mecanismos institucionais para o enfrentamento das desigualdades e violências de gênero em universidades brasileiras por Neiva Furlin (Unoesc)

A pesquisadora Lippi afirma que o aumento no número de mulheres nas Ciências do Mar não representa necessariamente um avanço. De acordo com dados do Censo do Ensino Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP), de 2009 a 2022, as mulheres representavam cerca de 56,17% das pessoas graduadas em oceanografia, de um total de 3.292 pessoas. No entanto, como mostrou Adriana em sua pesquisa, quando observado a progressão da carreira, a presença das mulheres vai diminuindo. Com base na coleta e análise de dados de 36 Programas de Pós-graduação em Ciências do Mar do país, Adriana demonstrou que, em números absolutos, a presença de mulheres docentes vem aumentando em vista do aumento do número de cursos de pós-graduação. Porém, quando observado o percentual comparativo entre homens e mulheres, a presença das mulheres fica mais estagnada, indo de 28,8% para 31,8%, tendo um aumento de apenas dois pontos percentuais em um período de 15 anos.

“A gente fez uma análise, uma ilustração do efeito Leaky Pipeline, que seria: se a gente considerar a progressão de carreira como um encanamento, a gente nota que as mulheres estão vazando desse encanamento ao longo da progressão. Então, de pessoas tituladas como graduadas, com graduação nas Ciências do Mar, a gente tem 54% delas mulheres. Quando a gente abre a etapa de doutoras, as tituladas são 47%; mas, na docência, a gente vê as docentes com só 28% do corpo docente de pós-graduação”, relatou Adriana.

A pesquisadora Neila Furlan apresentou as motivações, o método e os principais resultados de sua pesquisa, intitulada Mecanismos Institucionais para o enfrentamento das desigualdades e violências de gênero em universidades brasileiras. A pesquisa, realizada pela docente com ajuda de estudantes de Iniciação Científica, visou mapear os mecanismos institucionais criados em universidades brasileiras para a prevenção e enfrentamento às violências de gênero. Ao todo, foram 124 universidades mapeadas, sendo 69 universidades federais, 23 universidades estaduais das regiões Sul e Sudeste e 32 universidades comunitárias da região Sul.

“Quando olhamos para as IES que possuem algum mecanismo, das 69 federais, 40 tinham, e somando todas as políticas, não só de enfrentamento das violências e prevenção, mas para a igualdade de gênero, ações afirmativas de gênero, encontramos 51 mecanismos (algumas universidades tinham mais de um). No entanto, quando observamos somente as ações para o enfrentamento às violências e prevenção, das 124 universidades mapeadas, encontramos apenas 31 mecanismos, presentes em menos de 25% das universidades”, mostrou Neiva durante o evento.

25/10 – Onde estão as mulheres no IFPR: achados do projeto de pesquisa ‘Meninas, mulheres e ciências no IFPR’ por Joyce Muzi (IFPR) e Mães, crianças e ensino superior: notas etnográficas sobre políticas de cuidado na educação do campo por Suzana Cavalheiro de Jesus (Unipampa)

Joyce Muzi apresentou alguns resultados do Projeto “Meninas, Mulheres e Ciência no IFPR”, destacando a importância do debate para a diminuição dos preconceitos e violências contra meninas em turmas majoritariamente compostas por meninos. A pesquisa foi desenvolvida e coordenada pelas professoras Gabriela Chicuta Ribeiro e Joyce Luciane Correia Muzi desde 2020. Com auxílio de bolsistas e estudantes voluntárias, a pesquisa tem produzido, sistematizado e analisado dados sobre a presença e permanência de meninas nos cursos técnicos integrados de nível médio no IFPR Campus Curitiba e, também, a presença de mulheres na docência das áreas técnicas e na gestão da instituição, levando em conta os cargos ocupados.

“No Paraná inteiro são 161 cursos ofertados. Só no campus Curitiba são 6.585 estudantes, à distância e presencial, e 45 cursos. Eu vou me centrar quase sempre nos oito cursos técnicos integrados do ensino médio, onde atualmente estudam 1.210 estudantes do primeiro ao terceiro ano em seis cursos, do primeiro ao quarto ano em outros dois cursos, que têm quatro anos de duração”, explicou a professora.

Entre os cursos analisados, Joyce chamou a atenção para a maior presença de meninas nos de Administração, Contabilidade e Processos Fotográficos, enquanto a menor presença delas se dá nos de Programação de Jogos Digitais, Mecânica e Informática.

A pandemia de Covid-19 impactou diversos âmbitos da nossa vida, pessoal e profissionalmente. Este impacto, no entanto, foi ainda maior para mulheres responsáveis por pessoas que precisam de cuidado, como crianças, idosos e doentes. A pesquisa de Suzana Cavalheiro de Jesus se propôs a investigar de que forma o período da pandemia de Covid-19 transformou a rotina de estudantes mães no campus de Dom Pedrito da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), no Rio Grande do Sul.

“A pesquisa, que intitulei ‘Mães, crianças e Ensino Superior: notas etnográficas sobre políticas de cuidado na Educação do Campo’, buscou compreender de que formas o ensino escolar remoto impacta o cotidiano de crianças e mães (universitárias) que vivem em um quilombo e em uma aldeia indígena”.

A metodologia da equipe consistiu em registrar, por meio de relatos escritos e produções fotográficas, o cotidianos doméstico dessas mães e suas filhas e filhos (crianças em idade escolar) que vivem em áreas rurais da campanha gaúcha e em uma terra Indígena do Norte do estado do Rio Grande do Sul e analisar conjuntamente os registros realizados, com vistas a compreender as dinâmicas do espaço doméstico e do ensino escolar remoto, no período de pandemia de Covid-19.

28/11Estudos Radiofônicos com Perspectivas de Gênero: um olhar para a produção científica brasileira por Debora Cristina Lopez e Juliana Gobbi Betti (Ufop) e Assédio moral e sexual nas universidades federais brasileiras: apuração e prevenção por Maria Eduarda de Souza (UFSC)

Com o objetivo de analisar a presença das mulheres como autoras e referências na produção científica radiofônica brasileira, as pesquisadoras Debora Cristina Lopez e Juliana Gobbi Betti buscaram quantificar e qualificar trabalhos acadêmicos publicados nos principais grupos de comunicação radiofônica no Brasil, que fazem parte da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Comunicação (Compós), da Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar) e da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). No total, foram analisadas 21 edições da Compós, 13 da Alcar e 29 da Intercom. Ao levantar as publicações e categorizar por tipo de autoria (individual ou coletiva), origem dos autores, vinculação institucional, gênero textual citado e data da publicação, além de sistematizar a autoria das citações em cada um dos textos, as pesquisadoras perceberam que, apesar da presença de mulheres ser majoritária neste campo de estudos, os homens ainda são os mais citados nos trabalhos científicos.

“Embora a maioria das lideranças de pesquisa radiofônica sejam femininas, quando analisamos a construção do conhecimento e da mulher como ser pensante, capaz de avançar o campo, os homens apareciam muito mais destacados”, explicou Débora, durante a apresentação no Seminário

Maria Eduarda de Souza, realizou um estudo sobre como os casos de assédio são tratados nas universidades.

“O assédio faz parte do cotidiano universitário e ainda é uma prática muito invisibilizada, muitas vezes não sendo identificado como uma violência por conta do fato de que a Lei 8.112/1990, que trata do Regime dos Servidores Públicos do Brasil, não tipificar o assédio como uma conduta passível de punição”, explica Maria Eduarda.

O estudo levantou o número de Processos Administrativos Disciplinares (PADs) abertos nas universidades federais brasileiras entre 2014 e 2024, buscando identificar quatro fatores principais com relação às manifestações registradas nas instituições: qual a destinação para as denúncias realizadas, quantas delas viraram PADs, as penalidades aplicadas nos casos dos assédios moral e sexual serem configurados nos PADs e as medidas de combate e prevenção que foram adotadas pelas universidades.

Com relação aos resultados obtidos, 58 federais responderam sobre assédio moral, somando 450 PADs abertos para apuração da denúncia entre 2014 e 2024. Já com relação ao assédio sexual, foram 59 que responderam à pergunta, totalizando 303 PADs abertos no mesmo período. Apesar do expressivo número de Processos Administrativos abertos para apurar os casos de assédio, a maioria não gerou nenhuma punição aos supostos agressores.

Nos casos de assédio moral, 106 PADs terminaram arquivados, 27 resultaram em suspensão do servidor, 23 em advertência, 15 em assinatura de termo de ajustamento de conduta e 8 em demissão. Já nos casos de assédio sexual, 52 PADs foram arquivados, 38 resultaram em demissão do servidor, 30 em suspensão, 15 em assinatura de termo de ajustamento de conduta e 10 em advertência. Esses resultados nos levam a indagar se as universidades compreendem melhor os mecanismos de detecção do assédio moral e ainda não conseguem definir com clareza as práticas que envolvem os assédios sexuais, levando assim à impunidade ou até mesmo à negligência

Demos continuidade também à realização de entrevistas para a produção do Podcast Trajetórias Feministas de Pesquisa e inauguramos o quadro Conversatório Caleidoscópio, dedicado ao lançamento de obras e debate com autoras. Os últimos podcasts foram com a Dra. Rosaly Lopes, geóloga planetária, vulcanóloga e astrônoma do Jet Propulsion Laboratory (JPL/NASA) e com a profa. Dra. Silvia Figueirôa, geóloga, historiadora da ciência e ganhadora do prêmio internacional Mary C. Rabbitt History and Philosophy of Geology Award (2024). Ambas as entrevistas ocorreram presencialmente no Núcleo de Estudos de Gênero Pagu/Unicamp e foram conduzidas pelas pós-doutorandas Lia Sousa e Mirlene Simões. O quadro de lançamento foi com a Dra. Maria Rosa Lombardi, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e autora do livro Gênero e os trabalhos das mulheres: percursos de uma trajetória de pesquisa (São Paulo: FCC, 2024).

Outras atividades de trocas coletivas foram duas reuniões gerais com as integrantes do INCT, nas quais realizamos a Transferência de experiência do Observatório Caleidoscópio coordenação Sul-Sudeste e da Incubadora Social Feminista Antirracista Norte-Nordeste e Amazônia Legal, pelas quais cada uma das iniciativas pioneiras ofereceram subsídio para o desenvolvimento de suas congêneres nas demais coordenações. Por fim, participamos do 1° Encontro da Rede de Observatórios sobre as Mulheres, organizado pelo Grupo de Pesquisa Estado, Gênero e Diversidade/Fundação João Pinheiro (Egedi/FJP) e OBSERVAMinas – Observatório Interseccional de Gênero de Minas Gerais, com apresentação de trabalho coletivo sobre o Observatório Caleidoscópio por Margaret Lopes. O evento ocorreu nos dias 31 de março e 1 de abril de 2025, e foi uma iniciativa de integração dos diferentes Observatórios existentes no país, seja de gestão governamental ou acadêmica. A notícia do evento foi publicada em nosso site e apresentada com mais detalhes neste boletim por Mirlene Simões.

A equipe da coordenação Sul/Sudeste é composta pelas professoras: Joana Maria Pedro, Karla Adriana Martins Bessa e Maria Margaret Lopes; e pelas pós-doutorandas Lia Gomes Pinto de Sousa, Mirlene Simões e Morgani Guzzo.

Referências:

PAINÉIS DE DADOS — Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Disponível em: https://www.gov.br/cnpq/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/paineis-de-dados

PLATAFORMA Acácia – Genealogia acadêmica do Brasil. Disponível em: https://plataforma-acacia.org/

SOUSA, Lia G.P. de, LOPES, M. Margaret, BESSA, Karla A. M. (2024). Genealogia intelectual de mulheres: Indicadores e trajetórias nas ciências biológicas no Brasil a partir dos anos 1950. Revista Eletrônica História Em Reflexão, 20(38), 504–528. https://doi.org/10.30612/rehr.v20i38.19142

Lia Gomes Pinto

Lia Gomes Pinto de Sousa é pós-doutoranda do INCT Caleidoscópio. Possui graduação em História pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp (2004), mestrado em História das Ciências e da Saúde pela Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz (2009) e doutorado pela mesma instituição (2023).

Karla Bessa

Karla Bessa é vice-coordenadora do INCT Caleidoscópio. Coordenadora Associada do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professora dos Programas de Pós-Graduação em Multimeios (Instituto de Artes) e do Doutorado em Ciências Sociais (IFCH) na mesma instituição. É graduada em História pela Universidade Federal de Uberlândia (1990), Mestre (1994) e Doutora (2000) em História Social pela Universidade Estadual de Campinas.

Maria Margaret Lopes

Maria Margaret Lopes é membra do Comitê Gestor do INCT Caleidoscópio. Possui graduação em Geologia pela Universidade de São Paulo (1980), mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1988), doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1993) e Livre Docência em História das Ciências pela Universidade Estadual de Campinas (2002).

Joana Maria Pedro

Joana Maria Pedro é Membra do Comitê Gestor do INCT Caleidoscópio. Possui graduação em História pela Universidade do Vale do Itajaí (1972), mestrado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (1979) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1992). Professora titular da Universidade Federal de Santa Catarina. Fez pós-doutorado na França, na Université dAvignon, entre 2001 e 2002, e também nos Estados Unidos, na Brown University entre 2016 e 2017.

Morgani Guzzo

Morgani Guzzo é Pós-doutoranda do INCT Caleidoscópio. Doutora em Ciências Humanas pelo Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGICH/UFSC), mestre em Letras pela Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro-PR), e graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela mesma Universidade (2010).

Mirlene Fátima Simões

Mirlene Fátima Simões é Pós-doutoranda no INCT Caleidoscópio. Possui graduação em Ciências Sociais (2001) pela Faculdade de Ciências e Letras da UNESP Araraquara, Mestrado (2006) e Doutorado (2012) pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP de Araraquara.

fim de artigo
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