
Por Júlia Machado Dias, Jociene Trindade e Daniel Brasileiro
A 1ª Conferência Livre de Assistência Social para Povos Indígenas: Por um SUAS Intercultural (CLASPI) foi realizada em Brasília nos dias 6 a 10 de outubro de 2025. Organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a conferência também recebeu colaboração e apoio do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), da Universidade Federal de Roraima (UFRR), da Fiocruz, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e do Ministério dos Povos Indígenas.
Construída e protagonizada pelos povos indígenas, a Conferência é afirmada pela APIB como resultado da construção coletiva que reafirma o direito dos povos originários de participar da formulação das políticas que os afetam diretamente, garantindo que seus modos de vida, saberes e territorialidades sejam respeitados dentro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). De forma bem sucedida, o evento reuniu aproximadamente 170 representantes indígenas de diferentes regiões do país, incluindo representações LGBTQIA+.
A programação contou com mesas de discussão sobre os desafios e as potencialidades de um SUAS intercultural, a conferência realizou ainda discussões por Grupos Temáticos, conectados aos Eixos da Conferência Nacional de Assistência Social, mas adaptados para a interculturalidade. O Eixo 1, “Universalização do SUAS – Acesso Integral com Equidade e Respeito às Diversidades”, incitou as pessoas participantes a criarem propostas que reconheçam e enfrentem demandas e desproteções sociais resultantes de desigualdades sociais, raciais e de gênero, como mulheres e LGBTQIA+.
Uma das propostas aprovadas para serem defendidas na Conferência Nacional do SUAS deste ano trata diretamente do reconhecimento e necessidade de proteção de pessoas indígenas LGBQIA+, fruto da mobilização dos movimentos indígenas LGBTQIA+ nacional e regionais.
“O reconhecimento e a proteção das pessoas indígenas LGBTQIAPN+, que enfrentam múltiplas camadas de vulnerabilidade decorrentes do racismo, do preconceito de gênero e da negação de suas identidades culturais e espirituais.”
A carta completa da APIB está disponível no link a seguir: clique aqui!
