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Foto antiga em Preto e Branco. Mulher escalando rocha com equipamento. Crédito: Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz

Por Lia Gomes Pinto de Sousa

Monika Barth é cientista do Instituto Oswaldo Cruz desde 1959, quando ingressou, ainda universitária, como estagiária de Henrique Pimenta Veloso no Horto de Plantas Medicinais.

Ela nasceu em 1939 e se formou em 1961, em História Natural, pela Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da Universidade do Brasil – atual UFRJ.

Tornou-se destacada palinologista (especialista em pólen), virologista e microscopista eletrônica.

Foto antiga em Sépia. Pessoas caminhando na orla
Foto antiga em Preto e Branco. Mulher olhando pelo binóculo

Ela foi autora da 1ª tese defendida em Botânica na FNFi/UB (1962-1964), orientada por Pimenta Veloso, do IOC, Karl Arens, da FNFi, e Raul Machado, do Jardim Botânico.

No Jardim, utilizou-se do microscópio eletrônico para analisar a morfologia e estrutura do pólen do cerrado, em íntimo diálogo com os estudos ecológicos emergentes no período.

Monika começou a receber bolsa do CNPq já em 1962 e trabalha até hoje no IOC, que integra a atual Fundação Oswaldo Cruz. Posteriormente, expandiu seus temas de pesquisa estudando pólens fósseis, apicultura, protozoários e vírus.

Além de desenvolver inúmeros projetos e artigos, realizou intensa atividade de orientação na Fiocruz e no curso de Botânica e Geologia da UFRJ.

Foto antiga em cores. Pessoas vestidas de roupas de proteção para apiários

Até 2022, data da última coleta de dados pela Plataforma Acácia, ela formou 4 gerações de orientandos.

A maioria é de mulheres.

De acordo com a Plataforma Acácia, são 150 descendentes totais, sendo 52 homens e 98 mulheres – ou seja, 65,3% são do sexo feminino.

Elas são maioria em todas as gerações, exceto na última (até 2022):

1ª Geração – 24 descendentes (19M / 5H)
2ª Geração – 62 descendentes (40M / 22H)
3ª Geração – 57 descendentes (36M / 21H)
4ª Geração – 7 descendentes (3M / 4H)

A 1ª geração teve o 1° Mestrado defendido em 1975 e o 1° Doutorado em 1983.

A 2ª geração já contou com pós-doutores a partir de 2014.

Recorte da lista nominal das 4 gerações. Geração 1: Andrea CPD Carvalho, Andrea P L Ponzo, Cintia F Barreto, Claudia P Bove, Cynthia FP D Luz, Debora F Barreto, Débora F B Vieira. Geração 2: André Á Pinto, Caroline Bachelet, Caroline F Caromano, Celia H C Boyadjian, Francini MD Silva, Gina F Bianchini, Jorge M M Casallas. Geração 3: Adi E L Ruiz, Alessandra C Magalhaes, Alexandre C Borges, Carlos G Penna, Danielle P Cintra, Dean E Berck, Diogo DR Chevalier. Geração 4: Ana GOD Carmo, Eduardo T Ferreira, Rita DSM Pereira, Demétrios Sarantakos, Fernando ST Tanscheit, Gustavo JG Ribeiro, Marta RD Castro
Recorte da lista nominal das 4 gerações. Fonte: Plataforma Acácia

As Grandes áreas desenvolvidas por sua descendência, por ordem da maior para menor frequência, são: Ciências Biológicas, Humanas, Agrárias, Exatas e da Terra, Engenharias, Saúde.

Há que se considerar que a porcentagem de “não informada” e “outras” é grande.

Gráfico de rosca. Percentual de descendentes por Área. Botânica: 29,4%. Arqueologia: 9,1%. Não informada: 22,4%. Áreas sem valores destacados: Outras áreas: 26,6%
Fonte: Plataforma Acácia

As áreas e especialidades da descendência intelectual de Monika são diversificadas, a exemplo da própria interdisciplinaridade da cientista.

Se a principal é a Botânica, elas se estendem para Arqueologia, Geologia, História ambiental, Ecologia, Engenharia Florestal, Zoologia, Parasitologia, Microbiologia, Virologia, Biotecnologia, Engenharia Química e Fisioterapia – com ênfase em plantas medicinais.

Os dados foram retirados da Plataforma Acácia e de busca pontual em alguns dos currículos Lattes de seus descendentes.

Mas ela nunca abandonou seu tema de pesquisa inicial.

Se a 1ª publicação com seu orientador, na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (1962), tratou dos pólens, estes seguem protagonizando obra recente, que reúne e atualiza os estudos de Barth desde os anos 60 – agora publicada com sua orientanda, em 2023.

Monika Barth é um exemplo da participação ativa de mulheres na produção de conhecimento, formação de recursos humanos, continuidade e expansão de áreas científicas desde meados do século XX.

Sua atuação de orientação e mentoria, fortalecendo a reprodução institucional da ciência, é um dos traços de trajetórias femininas do passado com significativo impacto no presente.

Foto antiga em Sépia. Mulheres usando camisa branca e gravatas atrás de uma mureta branca
Colégio Pedro II, 1957.

Fontes:

BARTH, Ortrud Monika. Monika Barth (Depoimento, 2004). Rio de Janeiro, COC/Fiocruz.

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